domingo, outubro 02, 2005

DOENÇA E ACIDENTE DE TRABALHO MATAM 2,2 MILHÕES POR ANO

DOENÇA E ACIDENTE DE TRABALHO MATAM 2,2 MILHÕES POR ANO


Uma pesquisa realizada pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) indica que cerca de 5 mil pessoas morrem no mundo por dia em decorrência dos acidentes e das doenças de trabalho. Estima-se que o número de mortes chegue a 2,2 milhões ao ano. Os dados vão ser apresentados em um relatório na próxima semana durante o 27º Congresso Mundial sobre Segurança e Saúde no Trabalho, na Flórida (EUA). Essa pesquisa foi feita com base no ano de 2001.
Segundo o diretor-geral da OIT, Juan Somavia, o mundo está "longe da meta de proporcionar um trabalho seguro". Porém, o número de acidentes e mortes está diminuindo nos países industrializados. Já nos países em desenvolvimento há um crescimento de mortes e acidentes, sobretudo, na Ásia. São dois os fatores: "pobreza e competitividade decorrentes da globalização".

Os acidentes com substâncias tóxicas prevalecem também nos países em desenvolvimento. Substâncias perigosas, como o mineral amianto (matéria-prima usada para telhas, encanamentos e caixas d´água), causam a morte de 440 mil trabalhadores todos os anos. Cerca de 100 mil pessoas são contaminadas pelo amianto durante a mineração.

Os índices de intoxicação são os mais altos nos setores de agricultura e construção. Enfermidades como a malária e as infecções transmissíveis por bactérias e vírus também são freqüentes nos países em desenvolvimento.

Os "novos problemas", de acordo com o estudo, são aqueles gerados por fatores psicológicos, violência, álcool, drogas, estresse, cigarro e aids. O cigarro, por exemplo, afeta principalmente os trabalhadores de restaurantes e de setores de entretenimento e serviços. Ele causa 14% (200 mil) de todas as mortes de origem profissional.

As mulheres sofrem mais com doenças transmissíveis, psicossociais e físicas. Já os homens estão mais expostos a acidentes e enfrentam maior de risco de morte na idade ativa, abaixo dos 65 anos.

Os trabalhadores com idade entre 15 e 24 anos são mais suscetíveis a acidentes de trabalho não-fatais do que os mais velhos. "A maior parte dos esforços globais para prevenir doenças de trabalho não estão nos próprios ambientes de trabalho. Em muitas partes do mundo, muitas pessoas vão morrer pela falta de segurança adequada no trabalho", afirma o diretor dos Programas de Trabalho Seguro da OIT, Jukka Takala.

Neste ano, 115 países organizaram atividades em abril para estimular o bem-estar e a segurança no trabalho. A OIT avalia que uma das formas de combate aos acidentes e às mortes é o desenvolvimento de "colaborações internacionais", que promovam campanhas de prevenção.

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