sexta-feira, julho 27, 2007

Safra aumenta, junto das mortes, no RS

Safra aumenta, junto das mortes, no RS


Rio Grande do Sul - Quando o assunto é economia, o Rio Grande do Sul se destaca no cenário nacional por sua competitividade nas áreas pecuária e agrícola. O Estado é lembrado, principalmente, por sua produção de grãos. Ele é o terceiro maior produtor de soja do país. Neste ano, inclusive, está colhendo as benesses do plantio do produto: a safra 2007 foi 30% maior que a de 2006. No ano passado, os agricultores gaúchos produziram sete milhões e 600 mil toneladas de soja. Neste ano, foram nove milhões 930 mil toneladas. Maior que a colheita dos cerealistas sul-riograndenses só o percentual de acidentes com mortes reportados no período. A quantidade de óbitos do primeiro semestre deste ano já superou a soma de registros de todo o ano passado.
Até junho, o Estado computou dez mortes no campo em decorrência do trabalho. No ano anterior, foram seis. “Isso considerando só os acidentes que chegaram até a DRT e foram alvos de investigação. Possivelmente outros casos ocorreram, mas não houve conhecimento”, diz Renato Leão, agente de Higiene e Segurança do Trabalho da DRT/RS e coordenador da Comissão Permanente Regional Rural (CPRR/RS). “Um dos fatores que contribuíram para o aumento dos acidentes certamente foi a ampliação da safra de grãos”, atribui. “Como os grãos dependem de época certa para secagem e armazenagem e o processo de colheita é muito rápido, muitas vezes os empregadores rurais acabam por não fazer uma gestão adequada das questões de Segurança e Saúde”, analisa. “Com o aumento da safra deste ano, muitos silos, que estavam ociosos, foram utilizados sem tempo de recuperação e isso tem resultado em acidentes”, afirma.
Problemas
Segundo Renato Leão, a falta de treinamento do pessoal para aspectos de prevenção de acidentes e doenças; a gestão inadequada da Segurança e da Saúde; e o uso de equipamentos, máquinas e implementos agrícolas não seguros suficientemente são alguns dos erros mais freqüentes na atividade rural gaúcha.Para o coordenador da CPRR/RS, está faltando o cumprimento das Normas Regulamentadoras 31 (Agricultura, Pecuária, Silvicultura, Exploração Florestal e Aqüicultura) e 33 (Espaços Confinados) no setor. “As duas NRs foram discutidas e acordadas em sistema tripartite. Então, é preciso que as representações patronais e de empregados divulguem mais, dentro de seus segmentos, a importância da aplicação dos regulamentos. Não adianta ficar só esperando a fiscalização do Trabalho comparecer para notificar a necessidade de adoção de medidas preventivas”, frisa. “Com a participação de empregadores e trabalhadores poderemos evitar que acidentes graves e fatais cheguem a números tão preocupantes como os deste ano”, insere.Conforme Leão, a fiscalização rural é uma das prioridades do Ministério do Trabalho e Emprego.
Fonte: Redação Revista Proteção - 23/07/07

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