sexta-feira, agosto 31, 2007

Explosões deixam três feridos no Paraná

Explosões deixam três feridos no Paraná


Paranaguá/PR - Três pessoas ficaram feridas e pelo menos nove casas destruídas em uma série de explosões em um armazém de sal, ontem, em Paranaguá. O fogo começou por volta das 15h, quando funcionários tentavam conter um vazamento de gás num dos tanques da empresa Romani S/A Indústria e Comércio de Sal, detentora da marca Sal Diana. No momento da primeira explosão o local já estava sendo evacuado.
“O trânsito estava parado. Estacionei e saí do carro. Logo em seguida, aconteceu a explosão e voou partes dos tanques”, contou o despachante aduaneiro Josimar de Lima, que teve parte de seu carro destruída por pedaços do tanque, que cairam na traseira do veículo. Com a força do impacto, seu veículo foi arrastado cerca de três metros.
Vítimas atingidas estão em estado grave
Dois dos três funcionários da Ultragaz que ficaram gravemente feridos na explosão, continuavam internados no Hospital Evangélico, em Curitiba, no domingo à tarde. José Pereira dos Santos e José Aparecido Marreiro tiveram 60% do corpo queimados. Já o funcionário da indústria, Marcos Antônio Soares, ainda estava internado no Hospital Regional do Litoral. Segundo informações do local, seu estado de saúde é estável - embora tenha queimado 17% do corpo - e aguarda vaga no Hospital Evangélico.
O diretor clínico do Hospital Evangélico, Samir Bark, explicou que Santos e Marreiro estão na UTI em coma induzido, respirando por aparelhos. Segundo ele, as queimaduras predominam na face e nas vias aéreas. “O estado de saúde deles é muito grave, pois já consideramos um estado preocupante quando o paciente tem 15% do corpo queimados. Eles queimaram 60%”, informa.
Bark disse que agora a preocupação é com a perda da pele e com as complicações que a baixa imunidade pode trazer. “A primeira fase do atendimento já passou. Agora temos que nos preocupar com as infecções no rim e no pulmão, principalmente.”
A Romani S/A Indústria e Comércio de Sal possui cerca de 250 funcionários. O trabalho no local é ininterrupto. Ontem, o advogado da empresa, Cleverson Teixeira, disse que assim que os peritos do Instituto de Criminalística terminassem o levantamento do local (provavelmente no final da tarde de ontem), os outros setores da empresa não afetados pelas explosões voltariam a funcionar. (EW e MA)
Bombeiros
Os bombeiros tiveram muito trabalho para controlar o fogo. Foram deslocados para o local oito caminhões, sendo dois de Curitiba, além de 40 homens. Na empresa havia seis cilindros de gás com 2 mil quilos cada. Dois deles explodiram e os outros estavam vazando, com fogo. Uma caldeira usada para secagem do sal também explodiu. Os bombeiros fizeram o trabalho de resfriamento com água para que não explodissem e ficaram esperando até a queima total do gás. Outras áreas da empresa não foram afetadas.
Para garantir a segurança dos moradores, cerca de 10 quadras foram evacuadas ao redor da empresa e 50 famílias retiradas. No entanto, nove casas, que ficavam encostadas à parede da empresa, foram destruídas pelo fogo. Seis delas queimaram totalmente e as demais tiveram a estrutura afetada. “Eu e meu genro estávamos em casa. Ouvimos o barulho de vazamento, mas ficamos em casa. Quando começou o fogo, saímos correndo”, disse a dona de casa Salete de Sá. Ela mora há 25 anos no local e diz que é comum sentir cheiro de gás. Berenice Oliveira Santos teve o seu ganha-pão destruído. O fogo destruiu o bar que a família mantinha. “Não consegui tirar nada, nem roupa. A gente está aqui com fome e frio”, reclamou.
O secretário de Segurança Pública de Paranaguá, Álvaro Domingues Neto, foi até o local e disse que engenheiros da Prefeitura iriam fazer uma perícia no local. Os cerca de 30 desabrigados seriam encaminhados para passar a noite em uma escola municipal.
Empresa
A Sal Diana é a maior empresa refinadora de sal do Sul do Brasil e está há quase 50 anos instalada em Paranaguá. A empresa produz 18 mil toneladas de sal por mês e gera 250 empregos diretos em Paranaguá. A maior parte do produto vem em estado bruto do Chile e o restante do Rio Grande do Norte. Na refinadora, ele é beneficiado e enviado, pronto para o consumo, para o mercado interno. No ano passado, foram movimentadas 220 mil toneladas de sal. A meta para este ano é aumentar para 250 mil toneladas.
Fonte: Paraná On Line – 11/08/07

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