sexta-feira, setembro 03, 2010

ISSO É UMA VERGONHA

quinta-feira, setembro 02, 2010

Clausura aumenta riscos à saúde de mineiros no Chile

Chile - O impacto psicológico, neste momento, tende a ser o menor dos riscos à saúde dos 33 mineiros presos em um abrigo de 50 metros quadrados, a quase 700 metros de profundidade, em uma mina ao norte do Chile. O acidente aconteceu em 5 de agosto na pequena mina de ouro e cobre de San José, em pleno deserto do Atacama, a cerca de 800 quilômetros ao norte de Santiago.Longe das condições ideais de umidade, luz solar, ventilação e higiene, o risco de contaminação por vírus, bactérias e fungos no grupo de chilenos torna-se cada dia mais elevada.Pneumonia, viroses respiratórias, tuberculose, infecção orgânica generalizada e diarreia encabeçam a lista das doenças mais prevalentes, afirma Gilberto Archero Amaral, presidente do Departamento de Medicina do Trabalho da Associação Paulista. "Nessas condições, a proliferação e riscos de contaminação entre pessoas isoladas em um ambiente onde não há circulação de ar, tampouco condições mínimas de higiene, é muito elevada."Para caracterizar um quadro de desnutrição aguda, são necessários apenas quatro dias de desidratação intensa, calor e falta de alimentação, disse Amaral. Atum e água a cada 48 horas foi a combinação precária que sustentou os 33 homens até conseguirem estabelecer comunicação com as equipes de resgate do país, após 17 dias presos na jazida.O especialista explica que a necessidade imediata é enviar compostos alimentícios ricos em proteínas e carboidratos para sustentar o organismo, além de medicamentos que possam, de alguma forma, proteger ou recuperar o estômago. Nessas situações de estresse elevado, o órgão é o alvo mais freqüente. Todo o processo de isolamento até o resgate pode desencadear úlceras ou gastrites.Abrão Cury, clínico-geral do Hospital do Coração de São Paulo (HCor), explica que a alimentação líquida não tem contraindicação e pode ser utilizada por tempo indeterminado. A intolerância a esse tipo de composto, porém, não raramente provoca diarreia."Nesse espaço muito reduzido, se um dos homens tiver qualquer problema digestivo, gástrico, o risco de contaminação nos demais é grande. Quatro meses é muito tempo para viver nessas condições. É preciso que haja um suporte médico e nutricional extremamente bem feito."A dieta desse grupo, acredita o especialista, deve ter como base uma ingestão de 1,8 mil a 2 mil calorias por dia. Sem noção e referência de tempo, é preciso que esses homens recebam instruções de como usar os medicamentos e os alimentos de forma correta. "Se for possível, seria ótimo que eles recebessem frutas e legumes para reforçar o complexo vitamínico."Atualmente, o único canal de comunicação com os trabalhadores é um duto de cerca de 15 centímetros de diâmetro. É nesse espaço que os suprimentos estão sendo enviados.Na lista de nomes dos mineiros, divulgada à imprensa na terça-feira, o governo relatou que um dos mineiros é diabético e hipertenso. Os médicos afirmam a importância de redobrar os cuidados com esse profissional."Ele precisará receber medicação e material para fazer o controle da doença. A dieta, pobre em carboidratos, será voltada para os cuidados com o diabético, mas isso é relativamente fácil. Será preciso que enviem frascos preparados exclusivamente para ele."Apesar dos esforços do governo chileno em manter as mínimas condições de vida desse grupo, o tempo estimado de resgate em 120 dias faz com que o riscos de morte não sejam descartados.Caso ocorra uma fatalidade e um dos homens do grupo morra, os médicos alertam que é extremamente necessário enterrar o corpo. "Carne em putrefação está para o ambiente assim como a água contaminada com coliformes fecais. Vírus e bactérias se manifestam rapidamente e elevam as chances de infecções nos demais", afirma Amaral.

quarta-feira, setembro 01, 2010

Falta de higiene dos médicos contamina hospitais
Fonte: Correio Braziliense
Um levantamento feito este ano pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em cinco hospitais de grande porte do país constatou que 60% dos profissionais de saúde não higienizam as mãos antes e depois de terem contato com os pacientes. A situação é tão grave que a Anvisa vai exigir que hospitais, clínicas e demais estabelecimentos de saúde disponibilizem produtos de higiene (álcool) para médicos, dentistas, enfermeiros, auxiliares e técnicos de enfermagem, fisioterapeutas, entre outros. O produto poderá ser oferecido em forma de gel, líquido ou espuma, mas seu fornecimento será obrigatório. Os estabelecimentos de saúde terão até 180 dias para se adequarem. "Vamos consolidar as sugestões que recebemos de todo o país. Depois de publicada a norma, ela passará a ser obrigatória", explica Janaína Sallas, chefe da Unidade de Investigação e Prevenção das Infecções da Anvisa. Segundo Sallas, o procedimento é uma medida básica que evita a disseminação da infecção hospitalar.
A especialista destaca que, muitas vezes, a baixa adesão dos profissionais ao hábito de lavar as mãos está relacionada com a grande carga de trabalho. "A Anvisa não está pedindo que a água e o sabão sejam substituídos. Uma lavagem de mãos com sabonete dura, em média, um minuto e meio. Com o álcool, o tempo passa para 15 segundos", informa. A proposta é que o produto seja posto nos pontos de assistência e tratamento, salas de triagem e de pronto atendimento, e unidades de urgência e emergência. O álcool deve estar em ambulatórios, clínicas e consultórios, serviços de atendimento móvel e nos locais em que são realizados procedimentos invasivos.Os dispensadores deverão ficar em lugar visível e de fácil acesso, à beira do leito do paciente, de forma que os profissionais de saúde não precisem deixar o local para fazer a higienização. "A proposta é para que todos tenham acesso ao produto nos cinco momentos preconizados pela Organização Mundial da Saúde (OMS): antes e depois do contato com o paciente, antes da realização de procedimentos assépticos, após exposição a sangue e outros fluidos corporais e após contato com ambiente próximo ao doente", orienta Janaína.
Mas mesmo com todo o esforço, a norma pode, ainda assim, passar despercebida. Uma pesquisa de 2009, feita em um hospital público de Ipatinga (MG), pela enfermeira Fernanda Mendes Santos, do Centro Universitário do Leste de Minas (Unileste), comprovou que apesar da disponibilidade dos produtos para a lavagem e da existência de cartazes explicando como lavar as mãos corretamente, os profissionais não adotaram o procedimento e passaram por lavatórios como se eles não existissem. "Fernanda sentou-se ao lado de uma pia e observou que o uso de água e sabão era mínimo. E não são só os médicos, outros trabalhadores também não têm o hábito de lavar as mãos. É um gesto indispensável, de eficácia documentada em estudos bem antigos. Num ambiente hospitalar, há bactérias multirresistentes, que podem ser transportadas de um doente para o outro", comenta a orientadora da pesquisa, Virgínia Maria da Silva Gonçalves, professora de enfermagem e doenças transmissíveis do Unileste.