sexta-feira, julho 30, 2010


Mão de obra desqualificada é um dos maiores problemas dos empresários
Crescimento econômico do Brasil revela um problema que a muito já é enfrentado por países desenvolvidos: A falta de mão-de-obra qualificada.

O crescimento econômico que o Brasil está vivenciando, trouxe à tona um antigo problema que já é muito comum em países desenvolvidos: a mão de obra qualificada é precária. Este entrave leva muitas empresas a enfrentarem dificuldades na expansão de seus negócios. Segundo um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), somente 18% dos trabalhadores que buscam emprego no país têm algum tipo de qualificação, o que eleva para 7,5 milhões o número de trabalhadores sem qualquer qualificação ou experiência buscandotrabalho no Brasil.
Estes dados revelam uma verdadeira tragédia nacional, que é a desqualificação de uma parte considerável da força de trabalho. Isto não é ruim apenas para estes profissionais, mas também para as empresas, que enfrentam mercados cada vez mais competitivos, inclusive competindo com produtos importados, sem o suporte de uma mão-de-obra preparada para atuar com qualidade", assinala Ralph Arcanjo Chelotti, Presidente da ABRH-Nacional Associação Brasileira de Recursos Humanos.Para Chelotti, a desqualificação dos trabalhadores no Brasil é omais evidente reflexo de graves problemas estruturais nos modeloseducacionais adotados no País, que não formam pessoas com qualidade e,muitas vezes, formam profissionais despreparados para determinadasrealidades econômicas e sociais que o país atravessa."A ABRH acredita que é preciso deixar as empresas investirem de modo mais consistente em qualificação de profissionais, pois elas saberão orientar esses investimentos para aqueles setores onde há grande demanda por pessoal qualificado, sem que existam profissionais no mercado. Exemplo claro disso é a premente necessidade de pessoal para o setor petrolífero, o que está obrigando as empresas do setor a investirem em cursos de capacitação para formar seus quadros, que inexistem no Brasil", assinala Chelotti.Projeto de lei - Para estimular as empresas a investirem mais em qualificação de pessoal, a ABRH-Nacional encaminhou proposta de projeto de lei ao Ministério do Trabalho e Emprego recomendando que as empresas sejam estimuladas a investir em qualificação de profissionais por meio do abatimento de parte desses investimentos no imposto de renda a pagar.Segundo Carlos Pessoa, Vice-Presidente de Relações Trabalhistas e Sindicais da ABRH-Nacional, o Governo Brasileiro, no passado, já investiu em descentralização da formação profissional por meio de incentivos, algo que pode ser repetido hoje:"O Plano de Aceleração de Crescimento - PAC, que o Governo Federal vem articulando em todo o Brasil, não pode deixar que a preparação dos trabalhadores fique para depois, pois são os trabalhadores qualificados que vão garantir o sucesso dessa iniciativa. É inegável que, a despeito de alguns esforços regionais, o ensino escolar é lento e de má qualidade, comgrades curriculares dissociadas das necessidades de Recursos Humanos das empresas", adverte Pessoa.A má-qualidade da formação dos trabalhadores brasileiros, além de afetar a competitividade do País, prejudica, inclusive, programas e ações voltados para a redução da exclusão social. Segundo Pessoa, exemplo disso é que tanto a Lei do Aprendiz quanto a Lei de Cotas para Pessoas Com Deficiência não estão alcançando os resultados esperados justamente em função da inexistência de pessoal com alguma qualificação para ocupar postos de trabalho.

quinta-feira, julho 29, 2010

Data: 26/07/2010 / Fonte: Envolverde/IHU On–Line



Ilustração: Gabriel Renner/Revista Proteção


O amianto é uma fibra natural muito utilizada em telhas e caixas d`água. No entanto, o contato, tanto por parte do produtor quanto do consumidor, com esse recurso pode trazer inúmeras e sérias doenças, principalmente respiratórias. O problema é tão grande que o amianto é totalmente proibido na Europa, além de Argentina e Chile. O Brasil é um dos principais produtores de materiais com amianto, mas está começando a discutir o banimento dele. Nesse sentido, depois de dois anos de estudos, a Câmara dos Deputados, através do Grupo de Trabalho do Amianto, da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, apresentou, recentemente, o relatório do amianto e propôs o banimento de todas as formas da fibra em todo o território nacional.
A IHU On-Line entrevistou, por telefone, o relator do dossiê, o deputado federal Edson Duarte (PV-BA). Ele falou sobre o conteúdo do documento, explicou os impactos que o banimento pode trazer ao país e analisou a cadeia de produção do amianto e os principais problemas que ele tem causado aos trabalhadores. "É preciso, também, que o governo brasileiro acompanhe todos aqueles que trabalharam ou que tiveram contato com a produção ou produtos feitos a partir desse mineral. Essas pessoas precisam de acompanhamento e tratamento. E o governo deve exigir que isso seja bancado pelas empresas", disse Duarte. Confira a entrevista.IHU On-Line - O que diz o dossiê do amianto?Edson Duarte - Esse relatório tem mais de 700 páginas e é um estudo profundo sobre a situação do amianto no Brasil. Nós temos diversos projetos tramitando na Câmara dos Deputados e no Senado a respeito do amianto e este relatório é o resultado de um grupo de trabalho que foi formado na Câmara dos Deputados para garantir subsídios em relação ao tema. Esse assunto é extremamente relevante e, no Brasil, foi motivado pelo banimento do amianto em toda a Europa e em alguns países da América do Sul.Alguns estados, como São Paulo, já proibiram o uso do amianto. Há, portanto, um debate intenso, mas que não tinha subsídios para ir adiante. Desta forma, o grupo de trabalho elaborou este relatório de modo que pudesse garantir conteúdo para a realização do debate em torno das conseqüências do uso do amianto. Creio que, a partir de agora, vamos ter as condições e subsídios necessários para fazer um debate profundo e, com isso, espero que o Brasil tenha coragem de tomar a decisão de proibir o amianto de uma vez por todas em todo o país.IHU On-Line - Há impactos sociais caso a lei seja aprovada?Edson Duarte - Há. Isso porque temos, logicamente, empregos ligados à cadeia do amianto, desde a mina até o comércio. Mas não teremos grandes impactos com a proibição do uso desse recurso, porque a partir do momento em que o amianto seja banido, teremos outras matérias diversas que podem substituí-lo. Não haverá impacto significativo, até porque a cadeia do amianto é hoje uma cadeia bastante restrita. O único local que poderia sofrer um impacto maior é a cidade de Minaçu, no interior de Goiás, onde está localizada a única mina de amianto do mineral no Brasil.De qualquer forma, independente do banimento, o amianto é um mineral não renovável, então não tem como a cidade de Minaçu ficar dependendo deste mineral como única fonte de renda, como acontece hoje. O que temos percebido é que em Goiás não há uma preocupação das autoridades em fazer uma transição necessária e inadiável.IHU On-Line - É verdade que as doenças do amianto não ocorrem mais no Brasil?Edson Duarte - Não é verdade. Há uma invisibilidade das doenças do amianto no Brasil. Há uma precariedade nos diagnósticos das doenças. Hoje, o acompanhamento das pessoas é feito quase que exclusivamente pelos médicos das empresas. Os trabalhadores não têm a quem recorrer porque o sindicato do setor é comprometido também com as empresas. É um sindicato que faz parte do movimento de lobby pró-amianto. Assim, estes trabalhadores não tem como receber outra avaliação, não há estrutura pública que ofereça tanto exames quanto diagnósticos que possam associar os problemas de saúde com o amianto.O que nós sabemos é que algumas das doenças que são associadas ao amianto só aparecem depois de 30, 40 anos que o trabalhador teve contato com a fibra. Hoje não podemos dizer de forma segura que não há doentes no Brasil. É claro que os processos industrial e de mineração mudaram muito no país, mas não conseguiram garantir que o trabalho com amianto seja seguro e sem riscos. Todas as formas de amianto são agressivas e prejudiciais à saúde em todos os níveis de exposições e em todos os níveis em relação ao número de partículas em suspensão no ar. Isso é consenso médico e científico.IHU On-Line - Antes mesmo da elaboração do dossiê, o senhor já havia tomado posição contrária ao uso do amianto. Por quê?Edson Duarte - Eu encontrei tantos doentes em função do amianto no Brasil e isso me preocupou muito. Quando visitei as cidades Poções e Bom Jesus da Serra, no interior da Bahia, fiquei assustado com o número de doentes com problemas respiratórios que trabalharam na mina de amianto da região ou tiveram algum contato com ela. Acredito que precisamos conhecer esse assunto com profundidade e, definitivamente, tomarmos a decisão de proibir o amianto no Brasil.Não há razão econômica, científica, tecnológica e comercial que justifique a continuidade do uso desta fibra. Se Europa, Argentina, Chile, Uruguai baniram, é preciso que o Brasil faça isso logo. É preciso, também, que o governo brasileiro acompanhe todos aqueles que trabalharam ou que tiveram contato com a produção ou produtos feitos a partir do amianto. Essas pessoas precisam de acompanhamento e tratamento e o governo deve exigir que isso seja bancado pelas empresas.IHU On-Line - Como é a cadeia de produção do amianto no Brasil?Edson Duarte - A cadeia de produção do amianto hoje no Brasil se restringe a uma mina que é uma das maiores do mundo. Ela é de propriedade da SAMA S.A. - Minerações Associadas que, por sua vez, pertence ao Grupo Eternit. Este é o maior grupo econômico que transforma amianto em produtos como telhas. Das novas empresas do Brasil, apenas três ainda usam filtros a base de amianto, sendo que duas delas já anunciaram o interesse de fazer a substituição. No setor de telhas já temos uma série de produtos similares, feito com outros recursos e com preços compatíveis. A própria Eternit já oferece telhas sem o amianto.IHU On-Line - Como é feito o controle social na vigilância dos trabalhadores expostos ao amianto e qual a efetividade dessa regulação?Edson Duarte - Não há controle, porque não existe estrutura pública para fiscalização e acompanhamento. No Ministério do Trabalho nós contamos apenas com uma profissional, que é uma das maiores especialistas no Brasil em relação ao amianto. A Fundacentro, que deveria acompanhar a questão da saúde, tem uma estrutura muito limitada de profissionais para dar atenção a um problema como o do amianto.IHU On-Line - Há alternativas, portanto, para o uso do amianto?Edson Duarte - Existem muitas alternativas. Os produtos que eram feitos com fibra do amianto já estão utilizado recursos à base do petróleo, fibras naturais e celulose. Há no mercado hoje material disponível e não há necessidade de continuarmos explorando o amianto. O Brasil deveria investir e financiar pesquisas para o aprimoramento das alternativas, não só para o amianto, mas para toda e qualquer produto que ofereça risco à saúde para a população. Hoje, utilizando o amianto, estamos tendo dois custos: 1) com o uso de uma tecnologia inadequada; e 2) com a saúde pública daqueles que estão ficando doentes.

quarta-feira, julho 28, 2010

EVENTOS
Fórum debate trabalho decente e desenvolvimento sustentável
Data: 27/07/2010 / Fonte: Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho
Brasília/DF - Ocorre nos dias 12 e 13 de agosto, o Fórum Internacional sobre Direitos Sociais - Trabalho Decente e Desenvolvimento Sustentável. O evento pretende trazer ao conhecimento e ao debate a contribuição na promoção do trabalho decente da Comissão de Peritos em Aplicação de Convenções e Recomendações da Organização Internacional do Trabalho.A comissão, que tem como principal atribuição examinar a aplicação das Convenções da OIT por parte dos países-membros que as ratificam, existe há 84 anos. Nesse longo período de atuação, vem produzindo um vasto repertório de jurisprudência em normas internacionais do trabalho que, apesar de sua importância, é muito pouco conhecido. Esse material fornece não apenas orientação para os atores-chave na implementação das normas internacionais, mas é também uma fonte útil de inspiração para magistrados, membros do Ministério Público, advogados e outras autoridades responsáveis pela aplicação das leis trabalhistas domésticas.- Data: 12 e 13 de Agosto- Local: Setor de Administração Federal Sul - (SAFS) Quadra 8 - Lote 1 - Brasília - DF- Realização: TST - Tribunal Superior do Trabalho- Inscrições: são gratuitas, com direito a certificado equivalente a 12 horas.- Informações: (61) 3043-3513 e (61) 3043-3383, forum@tst.jus.br ou www.tst.jus.br
PEDIDO DE DESCULPAS.
Desculpa caros leitores deste blog pois durante muito tempo não postei nenhuma grande novidade
Agora voltaremos firme e forte pois esta tarefa árdua de ser um agente multiplicador da Segurança do Trabalho

No Brasil 15 milhões trabalham no período noturno

As reclamações de trabalhadores sobre as dificuldades de trabalhar à noite têm fundamento, pelo menos no tocante à saúde, afirmam especialistas.O sono diurno, dizem médicos, nunca compensa em quantidade e qualidade as horas não dormidas à noite. No país, cerca de 15 milhões de pessoas trabalham no período noturno, segundo estimativa do Instituto do Sono em São Paulo com dados do Ministério do Trabalho.As consequências são variadas. Recentemente, foi constatado alto índice de câncer entre os trabalhadores noturnos, alerta Marco Túlio de Mello, médico e pesquisador do instituto. "Ainda não está provada a relação direta entre a doença e o regime de trabalho, mas há indícios", explica.Eles também têm maior chance de desenvolver doenças ligadas à baixa imunidade -como gripes-, obesidade e cefaleia, acrescenta Geraldo Rizzo, neurologista e coordenador do Laboratório do Sono de Porto Alegre. "A maior predisposição para doenças ocorre por alteração da atividade metabólica com a piora do sono", diz Mello.RemuneraçãoUma das motivações para os profissionais atuarem à noite é a remuneração maior. Eles recebem 20% a mais do que se trabalhassem de dia. No entanto, há prejuízo nas relações com família e amigos, além de dificuldade de solucionar situações cotidianas, como ida ao banco.Além de profissionais de saúde e de segurança, especialistas em TI (tecnologia da informação) são cada vez mais obrigados a enfrentar os plantões de madrugada.É o caso do analista de redes Ricardo Lima, 26, que em 2005 foi transferido para a madrugada, mas não aguentou. Com no máximo quatro horas de sono por dia e dificuldade de se alimentar bem, voltou a trabalhar de dia quatro meses depois."Percebi que aumentaram os cabelos brancos", conta Lima, que diz estar ciente de que o expediente noturno é parte de seu trabalho. "Os processos são realizados à noite, quando ninguém usa computador", explica.Por isso, em dias em que trabalha nesse horário, compensa o esforço com o banco de horas -justamente o que os médicos mais recomendam evitar: turnos variados. "Assim o corpo funciona de forma descontínua. Sugiro a pacientes não dormir de dia nas folgas para aproveitar o período", orienta Rizzo.Recomendações-Quem dorme de dia tem sono mais curto e menos profundo que o noturno. Procure ambientes tranquilos e sem claridade para não afetar ainda mais o desenvolvimento do sono-Profissionais que atuam à noite apresentam maior índice de absenteísmo, causando ônus também ao empregador. Exija da empresa turnos adequados ao seu metabolismo-Alimente-se de forma equilibrada. Trabalhadores noturnos têm 40% mais chances de ter doenças digestivas-Se perceber prejuízos à saúde, procure um médico. A função que executa pode não ser adequada a seu metabolismo
Direitos de quem faz trabalho noturno-Jornada: Das 22h às 5h-Hora de trabalho: Uma hora é reduzida para 52 minutos e 30 segundos-Hora de descanso: 60 minutos-Adicional noturno: Mínimo de 20% sobre o valor da hora trabalhadaHora extra: 50% sobre o valor da hora de trabalho. É acumulativa em relação ao adicional